quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Eu sei que é uma maravilha...


Aveiro: Ria candidata às sete maravilhas naturais do mundo

A Ria de Aveiro é candidata às sete maravilhas naturais do mundo, como «espaço de água de interesse mundial». A segunda edição da campanha é especificamente relacionada com a promoção da natureza e do meio ambiente.

A Região de Turismo da Rota da Luz revelou ontem a apresentação de uma candidatura da Ria de Aveiro à eleição das sete novas maravilhas naturais do mundo. A instituição liderada por Pedro Silva invoca o sucesso da campanha mundial lançada em 2007 pela fundação «7 Wonders of the World», que resultou na escolha das sete novas maravilhas do mundo, para justificar a iniciativa de candidatar a Ria de Aveiro àquele galardão.


A segunda edição da campanha é especificamente relacionada com a promoção da natureza e do meio ambiente, consistindo num modelo em que as candidaturas apresentadas são sujeitas a um processo de escolha final pelo público. A Ria de Aveiro é candidatada como «espaço de água de interesse mundial», esclarece Pedro Silva, aludindo às suas «múltiplas realidades e vivências ambientais com extraordinários recursos endógenos». Esta acção, acrescenta o presidente da Rota da Luz, é «importante» para promover a visibilidade da laguna aveirense «à escala global». «Pretende-se, assim, obter o reconhecimento deste valor universal, sendo certo que o anúncio de candidatura coloca, desde já, a Ria de Aveiro no imaginário mundial dos espaços de elevado valor natural e ambiental», realça o dirigente da instituição.


Segundo o responsável, será criado um comité de apoio reunindo organizações públicas e privadas com o objectivo de «apoiar e dar maior visibilidade» à candidatura. «A inserção da Ria de Aveiro na candidatura releva o potencial turístico desta região, com os consequentes efeitos multiplicadores na economia regional», acrescenta Pedro Silva.


Em Julho de 2007, a Rota da Luz anunciou que estava a estudar a apresentação de uma candidatura da Ria de Aveiro a Património da Humanidade da UNESCO, embora não tivesse revelado prazos para o avanço do processo. A iniciativa contava ainda com a participação da Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro e com o apoio de uma equipa coordenada por Rui Losa, arquitecto que esteve envolvido no projecto que guiou a cidade do Porto a património mundial.


terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ouve-se o Mar

Agora

Que a chuva cai devagar

Lá fora E a noite vem devorar

O sol E tudo fica em silêncio

Na rua

E ao fundo

Ouve-se o mar


Agora

Talvez te possas perder

Devora

O que a saudade te der

A vida

Leva pra longe pedaços

Do tempo

Deixa o sabor de um regaço

E ao fundo

Ouve-se o mar


Agora

Que a água inunda os teus olhos

E o mundo

Já não te deixa parar

No escuro

Voltam as estórias perdidas

Na alma

Onde não podes tocar

E ao fundo

Ouve-se o mar

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Mar - actualidade

Mar devora dunas e ameaça zona costeira

A "erosão aceleradíssima" das dunas na Praia de Mira está a preocupar o presidente da Junta de Freguesia, Carlos Milheirão. A "culpa", diz, é dos esporões - quatro, ao longo da costa - que o Ministério do Ambiente construiu, há cerca de dois anos, para defesa da orla costeira, contra a sua vontade. "Depois disso, passou a verificar-se o desgaste das dunas de dia para dia", lamenta. O problema é que, enquanto os esporões contribuem para a acumulação de areias a norte, há um desgaste do areal a sul. Isto porque as correntes da nossa costa tendem a fluir de norte para sul.

Na praia de Poço da Cruz, Carlos Milheirão aponta as diferenças entre as dunas situadas de um lado e do outro do esporão. A sul, o "devorar" das águas é evidente há dunas reduzidas a metade. A arte xávega costumava fazer-se ali, mas "agora é impossível, porque a praia não tem distância que permita exercer a actividade", afirma o autarca. "Milhares de metros cúbicos de areia saíram, já, daqui. Se, no espaço de dois anos, desapareceu esta areia toda, é uma questão de pouco tempo até o resto ir também e o mar passar para o outro lado", sustenta o autarca. E lembra: "As dunas são a nossa defesa, as nossas muralhas".

O cenário de Poço da Cruz repete-se nos outros pontos da Praia de Mira onde existem esporões. "Insurgi-me, desde o início, contra estas construções", sublinha Carlos Milheirão. Defende, sim, os enrocamentos, construções paralelas à costa que "fazem o que a natureza em si faz criam bancos de areia que provocam o quebrar das ondas afastado da costa".A criação de esporões para evitar a erosão costeira, em Mira, foi uma má solução, concorda Maria de Lurdes Cravo, da associação de defesa ambiental Quercus. Porque, "por efeitos de dinâmica marítima costeira, as areias a sul, normalmente, desaparecem", reforça. Para a presidente da Assembleia Geral da Quercus, Carlos Milheirão "tem razão em estar preocupado". Há que apostar em "medidas preventivas", diz a ambientalista. A fixação de espécies vegetais características do cordão dunar, como o estorno, e de pára-ventos é uma delas. A ocupação humana, nomeadamente sob a forma de infra-estruturas, também é de evitar, explica.

Os esporões em causa já existiam, em Mira, "há bastante tempo", tendo sido "reconstruídos" a pedido da Câmara Municipal com o intuito de salvaguardar pessoas e bens, informou fonte do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. Por ser problemática, no que respeita ao avanço do mar, essa é "uma das zonas mais acompanhadas e monitorizadas do país", disse ainda. Segundo a mesma fonte, "todas as medidas têm prós e contras" e, no caso dos esporões - estes previstos no Plano de Ordenamento da Orla Costeira -, existe escassez de areias a sul, sobretudo no Inverno. Uma situação que "pode ser corrigida".

In: http://jn.sapo.pt

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O que seria sem ti?

Depois de instantes a percorrer os estrados da praia, sento-me na areia num fim de tarde... Está sol e o mar rebenta as suas ondas com eficácia...

Para aqueles que vivem longe do Mar é sempre motivo de alegria uma ida à praia, uma simples visita ao Mar... e para nós que vivemos à tua beira?

Como é que conseguimos sempre estar fascinados por ti e sentir a tua falta, a necessidade de ir até ti, receber a tua energia, ouvir o teu som e colher a maresia...

Mar, o que seria sem ti?


Mar,
és fonte de riqueza
No menu a cada mesa,
És por vezes também tristeza...
O que seria sem ti?

Mar,
Penso em ti um instante,
Vejo-te, longe tão distante,
Tens a barra tua amante...
O que seria sem ti?

Mar,
Longos quilómetros a percorrer,
Olhar-te até a vista perder,
Para acabar por dizer:
O que seria sem ti?

(Créditos: Gaivota da Revessa)
















Mais um devaneio que aqui partilho com os que me lêem...

Um simples escrito que me levou a navegar por Mar Alto sem me ter levantado da areia...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

POLIS da RIA - a actualidade


Aveiro: Polis da Ria no terreno em «dois ou três meses»

Os trabalhos da sociedade Polis criada especificamente para desenvolver projectos na Ria de Aveiro começarão «dentro de dois a três meses», garantiu esta semana o ministro do Ambiente.

O ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional garantiu esta semana na Assembleia da República (AR) que os trabalhos da sociedade Polis criada especificamente para desenvolver projectos na Ria de Aveiro começarão «dentro de dois a três meses». Segundo o deputado do PSD José Manuel Ribeiro, eleito pelo círculo de Aveiro, Francisco Nunes Correia assumiu terça-feira, perante a Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território da AR, que a constituição do Polis se encontra atrasada, mas prometeu para os próximos meses o início dos trabalhos.


O parlamentar social-democrata interpelou o ministro sobre a situação actual da ria de Aveiro, criticando a «inércia» da tutela e advertindo para o estado de «completo abandono» da laguna. José Manuel Ribeiro acusa o Governo de «assistir ao definhar e ao progressivo e sistemático desperdício das potencialidades» da Ria, realçando que só em Novembro passado, durante a discussão na especialidade do Orçamento de Estado para 2008, Nunes Correia «pela primeira vez» se pronunciou ao anunciar o novo modelo de gestão integrada. «Entretanto passaram mais dois meses e nada», lamenta o deputado, lembrando que o Governo anterior tinha um outro modelo da gestão «aprovado e preparado para avançar».


De acordo com Nunes Correia, a solução para a Ria passa por uma intervenção alargada à barrinha de Esmoriz, cuja estratégia será candidatada ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (novo pacote de fundos comunitários). Recentemente, o presidente da Grande Área Metropolitana de Aveiro (GAMA) e da Associação de Municípios da Ria (AMRia), Ribau Esteves, reclamou urgência na constituição da sociedade Polis, com capacidade legal para intervir na ria. «Face ao estado de abandono da ria, a solução está na entidade que surja da tipologia Polis, anunciada e bem pelo ministro do Ambiente e que queremos que seja constituída o mais rapidamente possível», declarou. O dirigente social-democrata, que é igualmente presidente da Câmara de Ílhavo, sublinhou que, para os municípios ribeirinhos, «a obra mais urgente é o desassoreamento dos canais e a protecção marginal em Ovar e no Lago do Paraíso».


Ribau Esteves renovou as críticas ao Governo pelo «abandono» a que a Ria de Aveiro tem estado sujeita, estimando em cerca de 600 mil euros a verba que o Estado já perdeu por nem sequer arrecadar as taxas dominiais, correspondentes a licenças de amarração dos barcos, de mariscadores, de associações náuticas e taxas sobre edifícios das margens. «Chegou-se ao ponto do abandono até administrativo e o governo, que se queixa tanto da falta de dinheiro, nem as taxas dominiais de 2006 e 2007 conseguiu cobrar, que representam cerca de 600 mil euros, como era sua obrigação. Esperamos que as coisas mudem muito rapidamente», comentou.

In: http://www.diarioaveiro.pt/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O outro lado da pesca...

A pesca recreativa...


Na "meia laranja"... a espera.


Depois novamente iscar...

E eis que pode surgir o tão ansiado...


Mas pode ser de várias formas...



E até em vários momentos...
Em momentos diferentes, em locais diferentes, em horas diferentes e o Mar está sempre pronto a dar os "seus" peixes para lazer do Homem. É assim a dádiva do Mar! É disto que vive a pesca recreativa.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A gente do Mar...



"Gente do Mar, heróica e boa!
O Sol já canta hinos de aurora!
Vira do barco a linda proa,
deixa-o partir pelo mar fora.

Num labutar, sem ter sossego,
partem em bandos os pescadores...
Lá vão largar, lá vão sem medo,
ganhar o pão com seus suores.

Que Deus vos dê muita alegria,
no vosso modo de trabalhar!
Gente do mar boa e sadia,
Oh triunfal! Oh triunfal!
Gente do MAR!"
(letra de uma canção de Aveiro)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Entre malhas e milhas...





Imagens que valem mais que mil palavras...

domingo, 13 de janeiro de 2008

Ainda a festa da beira-mar...



"O povo do bairro da beira-mar, durante o Verão, vivia da safra do sal, e de Inverno, da faina da pesca na ria. "

Hoje ainda se podem ver as naças da pesca a serem utilizadas para outro fim... Servem para apanhar cavacas! Era desta forma curiosa que os homens da beira-mar apanhavam as cavacas e ainda hoje se mantém este hábito.

O mês de Janeiro, quando se realiza a festa do padroeiro do bairro, é tempo da faina da pesca e as naças saíam de casa para apanhar cavacas!
Esta forma curiosa ainda hoje se mantém...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

o santo de hoje

Não poderia deixar passar o dia 10 de Janeiro sem falar no São Gonçalinho… Todos o conhecem assim em Aveiro.


"O beato s. Gonçalo era oriundo de Arriconha, freguesia de Tagilde, perto de Guimarães, onde nasceu no ano de 1190, numa nobre família minhota, de apelido Pereira.
Destinado à vida religiosa fez os seus votos de sacerdócio e tornou-se pároco de Tagilde.
Deixou a sua paróquia entregue a uma sobrinho, também padre, peregrinando pela Terra Santa, durante 30 anos. No regresso a Tagilde a paróquia foi-lhe negada pelo sobrinho.
S. Gonçalo, sem querer confusões, recolheu-se num monte de Amarante como eremita. Apenas vinha à vila para fazer as suas pregações, já que o povo apreciava muito o seu poder oratório. Acabou por falecer a 10 de Janeiro de 1259, seria beatificado em 1561 pelo Papa Pio IV, como resultado da devoção que d. João III teria pelo Santo."

De imediato pode não ser feita a ligação dos temas deste blog a este Santo… Mas ele sempre foi acarinhado pelo povo da beira-mar, e por isso a sua relação a Aveiro, ao mar e à ria. Aqui vos deixo uma pequena história curiosa acerca do São Gonçalinho que demonstra bem a ligação da gente do mar para com este exemplo de vida que foi o São Gonçalinho.

"O povo do bairro da beira-mar, durante o Verão, vivia a safra do sal, e de Inverno, na faina da pesca na ria. Num ano em que a pesca ia muito má, um pescador, que diariamente passava pela capela de S.Gonçalinho, naquele dia decidiu fazer uma promessa ao Santo. Se naquele dia tivesse uma boa pescaria, a primeira bateira de peixe que apanhasse seria para o Santo.
Seguiu para a faina e em pouco tempo tinha a bateira cheia. No entanto, disse para consigo que aquele peixe seria para ele e a próxima bateira que apanhasse entregaria ao Santo.
Terminava este pensamento e deu-se uma grande marola na ria, virou-se a bateira e perdeu-se todo o peixe. Naquele dia, não conseguiu pescar mais nada!"

Durante o próximo fim de semana realizam-se as festas em honra de São Gonçalinho no bairro da beira-mar sendo conhecidas por todo o país pela sua característica ímpar de “choverem” pães de açúcar, denominadas cavacas, do alto da capela.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Do alto do meu farol...

Nos primeiros dias do ano procura-se a praia para passear, visitar o amigo mar que não se vê desde o "ano passado"... Também eu fui até a praia da Barra, num dia de neblina, mas de uma serenidade própria de um dia de Inverno.
Deparei-me, mais uma vez, com as gaivotas, as "banhistas" de todo o ano, as companheiras das ondas, as habitantes fieis das dunas... Mas uma chamou-me deveras à atenção, quase que poderia dizer que seria a "patroa" de todas as outras, a "rainha" do bando ou simplesmente a guarda da praia... Ela ali estava de forma majestática no cimo do seu farol...

Do alto do meu farol,

Vejo o molho sul e o norte,

Estou mais perto do Sol,

Sinto o vento fraco e o forte...

Do alto do meu farol,

Como é lindo ver o mar

Ouvir um rouxinol

E a maresia inalar...


Do alto do meu farol

A sonhar peço um desejo,

Num radiante pôr-do-sol

Ir à Barra dar-lhe um beijo!

Poema inédito. Créditos: Gaivota da Revessa.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A ria a correr nas entranhas...

Com o úlimo post chegou o ano de 2008... Mas como simples coincidência encontrei um texto que não poderia deixar de colocar pois, tem a ver com o meu anterior post. E é sempre bom começar o ano com novas ideias, boas influências, paixões e grandes ambições...

Tal como eu citei, no último post, a forte ligação dos aveirenses com a Ria, o Mar e tudo o que seja marítimo houve alguém que o fez da melhor maneira! Aqui vos deixo um texto de um aveirense cheio de orgulho e paixão pela sua terra. É de D. João Evangelista de Lima Vidal, Bispo e Poeta. Celebra-se a 5 de Janeiro 50 anos após a sua morte.

Vale a pena ler e saborear!


“Eu nasci em Aveiro ao que suponho na proa de alguma bateira. Fui baptizado à mesma hora nas águas da nossa Ria. Abriram-se-me os ouvidos ao som cadencioso dos remos no mar. Ao pio estríbulo das famintas gaivotas, ao pregueado inocente dos pescadores, encheu-se-me o peito à nascença do ar salgado da maresia.

S. Francisco de Assis chamava a estas coisas irmãos: o irmão Vouga, o irmão luar que à noite prateia, os irmãos peixes, as irmãs espumas, areias, estrelas. Mas aqui há mais do que uma simples fraternidade, há mais do que a suave harmonia da natureza e da alma de Aveiro; chego a crer que há uma verdadeira encarnação: o encontro de duas coisas no mesmo ser.

Nós, os de Aveiro, somos feitos dos pés à cabeça de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito encontrariam lá dentro um barquinho à vela ou então uma bóia ou uma fateixa ou então a Senhora dos Navegantes. Assim plasmado de Aveiro, com os beiços a saber a salgado, a pingar gotas de ria por todo o corpo, por toda a alma, eu sou uma nesga, embora minúscula, desta deliciosa aguarela de Aveiro. Eu sou um pedaço da nossa terra.”

D. João Evangelista de Lima Vidal, ilustre aveirense. (02-04-1874/05-01-1958)


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