Como não podia deixar de ser na continuação do post anterior... Aqui fica uma fotografia do pôr-do-sol visto do lado da ria... Numa tarde calma que convidada ao passeio a natureza dá-nos estes presentes, aliando o astro rei e a nossa "rainha"...
"Se eu fosse pintor, passava a minha vida a pintar o pôr do Sol à beira-mar. Fazia cem telas, todas variadas, com tintas novas e imprevistas.
É um espectáculo extraordinário. Há-os em farfalhos, com largas pinceladas verdes. Há-os trágicos, quando as nuvens tomam todo o horizonte com um ar de ameaça, e outros doirados e verdes, com o crescente fino da Lua no alto e do lado oposto a montanha enegrecida e compacta.
Tardes violetas, neste ar tão carregado de salitre que torna a boca pegajosa e amarga, e o mar violeta e doirado a molhar a areia e os alicerces dos velhos fortes abandonados ...
Um poente desgrenhado, com nuvens negras lá no fundo, e uma luz sinistra. Ventania. Estratos monstruosos correm do norte. Sobre o mar fica um laivo esquecido que bóia nas águas – e não quer morrer... " Raúl Brandão, «Os Pescadores».
Sem comentários:
Enviar um comentário