sexta-feira, 25 de abril de 2008

Uma Gaivota voava...

"Uma gaivota voava, voava
Asas de vento, coração de mar..."

Todos nós já ouvimos esta canção e muito já a trauteámos em pequenos... Ela foi um dos hinos do 25 de Abril de 74, data histórica para Portugal.

Mesmo nesta época marcante a ligação ao mar não é esquecida e para que dá maior ênfase quando se interliga a liberdade ao mar que outrora nos "libertou"...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

"Dragagem da barra de Aveiro escava polémica"

Divergência - Administração do Porto de Aveiro garante que as águas interiores da ria não serão afectadas mas a Junta de Freguesia de Cacia exige a minimização dos efeitos da obra
Texto dePedro José Barros

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da intervenção que se está a preparar na zona da barra de Aveiro abriu a polémica entre a Junta de Cacia e a Administração do Porto de Aveiro (APA). O documento não menciona consequências da obra para os canais interiores da ria e o presidente da Junta, Casimiro Calafate, exige "medidas minimizadoras" da subida água. Já o presidente da APA, José Luís Cacho, afasta todos os prejuízos para as águas interiores e diz que o autarca "desconhece" o projecto.

Está em consulta pública durante o mês de Abril o resumo do EIA referente à intervenção na zona da barra de Aveiro, um projecto que prevê uma dragagem de inertes e o reforço do cordão dunar na Costa Nova. O documento nada diz quanto a possíveis consequências da obra para as zonas a montante, como as freguesias de Cacia, Canelas e Angeja, devido ao seu contacto directo com a ria de Aveiro.

Uma omissão repudiada por Casimiro Calafate, autarca de uma freguesia que tem visto os seus campos agrícolas morrer progressivamente devido à invasão da água salgada, tendo em conta a inexistência de um sistema de retenção. "Sempre que se procura aumentar a capacidade do porto de Aveiro para receber navios de maior calado, maior se torna a velocidade da água na amplitude de marés. O resumo não fala das consequências a montante e vamos ter mais um agravamento do problema na ria por não haver medidas minimizadoras do aumento da cota", salienta.

Sem se manifestar contra a obra em si, o presidente da Junta de Cacia exige, no entanto, que seja tomadas "medidas minimizadoras" para "não agravar a situação existente". Medidas que contrariem as cheias e a entrada de água salgada nos campos.
Notícia completa em: www.oaveiro.pt

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Senhora do Mar

Esta foi a música que ganhou o festival da canção 2008. Ela fala-nos de uma "Senhora do Mar", colocando-nos num embalo das ondas e num sofrimento de tantas mulheres que perderam os seus amores nas águas salgadas...

SENHORA DO MAR,
ANTE VÓS, ME TENDES CAÍDA.
QUEM VEM TIRAR MEIA DA VIDA E DA PAZ
DESTA MESA, DESTA CASA, PERDIDAS?
AMOR, QU’É DE TI?

SENHORA DO MAR,
ANTE VÓS, MINHA ALMA ESTÁ VAZIA.
QUEM VEM CHAMAR A SI O QUE É MEU?
Ó MAR ALTO, TRAZ PR’A MIM,
AMOR MEU SEM FIM!

REFRÃO

AI, NEGRAS ÁGUAS, ONDAS DE MÁGOAS,
GELARAM-M'O FOGO NO OLHAR.
ELE NÃO TORNA A NAVEGAR!
E NINGUÉM VOS VÊ CHORAR,
SENHORA DO MAR!

QUEM VEM TIRAR MEIA DA VIDA E DA PAZ
DESTA MESA, DESTA CASA, PERDIDAS?
AMOR, QU’É DE TI?

AI, NEGRAS ÁGUAS, ONDAS DE MÁGOAS,
GELARAM-M'O FOGO NO OLHAR.
FERIDAS EM SAL, REZAS EM VÃO...
DEIXAI SEU CORAÇÃO
BATER JUNTO A MIM!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O Mar...

O céu, azul de luz quieta,
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa
Pontos de dedos a brincar.
No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saia
Todo o sentido deste dia.
Que bom, se isto satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas
e esse Céu têm vida e têm ser.
(Fernando Pessoa)

E eis que depois de um fim de semana de mau tempo, de chuva, vento e algum frio a segunda feira faz-nos entrar noutra semana... Também por ser outra semana vos deixo aqui um poema, pequeno, é certo, mas daqueles com os quais me interrogo. O final interroga a vida e o ser do mar, das ondas e do céu...

Eu creio que haja vida e ser neste mar e ceu que me transmitem a serenidade através da agitação as ondas e a paz através do brilho das estrelas, só assim se justifica o efeito que tem em nós!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ei-la...

No post anterior fiz referência à única vendedora de peixe de porta a porta... Hoje mostro-vos a Ti Joaquina nestas fotos cedidas gentilmente por uma das suas netas. (direitos reservados)
Aqui fica ilustrado e para sempre ficará eternizado que, em pleno século XXI, ainda existe uma peixeira na cidade de Aveiro... Que vai de porta em porta, de freguesa em freguesa, distribuindo sorrisos, abrindo-se à conversa, posando para a foto e vendendo o lindo e prateado peixe que transporta à cabeça...





quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hoje é Dia Mundial da Voz!

O Dia Mundial da Voz tem como objectivo a sensibilização para a importância da voz, suas alterações e os cuidados a ter, para manter uma voz saudável.


O que é a Voz? Desde sempre, que o homem sente necessidade de comunicar, sendo a voz um dos veículos de transmissão da mensagem, de forma a expormos as nossas ideias com clareza e eficácia. Também constitui um instrumento, relevante na socialização (como factor de estabelecimento das relações), estimulando reacções de interesse, de alegria, permitindo desenvolver afectividade. Pode-se considerar a voz, como o resultado da expressão corporal, dependente do bem estar físico e psíquico do indivíduo.


A voz deve possuir um conjunto de características (intensidade, altura, duração e ritmo), permitindo um uso adequado e sua percepção agradável aos outros. Quando estas características, se alteram, instala-se um desvio, ou seja, deixa de ser aceite como “normal” se não estiver adequada ao sexo, à idade ou ao contexto sócio-cultural.


E a voz também tem a ver com o mar, a pesca, as actividades marítimas... Melhor dizendo em qualquer impulso de comunicação surge em primeiro lugar a voz. Mas, no âmbito deste blog a voz pode ser lembrada pelas falas, gritos, conversas e ordens dos homens do Mar... Podemos imaginar as suas pequenas conversas enquanto esperam pelo peixe, em pequenos gritos quando recolhem as redes, entre risos depois de uma boa pescaria, ou entre choro quando do Mar surge alguma desgraça...
Em terra firme, as mulheres dos pescadores, invadiam a cidade com pregões de vários estilos, fazendo soar a voz bem alto aos quatro ventos para que pudessem ser ouvidas e vender "o seu peixe". Hoje em dia já não se ouvem estes pregões, já não ouvimos as vozes destas mulheres que o tempo calou. Actualmente em Aveiro apenas resiste ainda uma senhora que, com os seus 80 anos, percorre algumas ruas da freguesia da Vera-Cruz vendendo ainda o peixe de porta em porta. Como sempre disse em toda a vida, cada vez que coloca a sua canastra à cabeça grita peixeeeeeeira, lembrando a uns e dando a conhecer a outros que vai a passar a "Ti Joaquina", como por todos é conhecida carinhosamente.


Noutros tempos ainda se ouviam outros pregões:
"Querem comprar ovos moles ou mexilhão? Água Fresca?"

"Querem comprar camarinhas? Camarinhas?"


"Olha a bela sardinha... Vivinha da Costa!"




O primeiro pregão era típico do largo da Estação de Aveiro, onde estavam as vendedeiras de ovos moles que, ao mesmo tempo vendiam mexilhão e dávam água fresca a quem chegava cansado da viagem...


O segundo pregão mais típico da zona central da cidade onde, por altura do Verão, se concentravam as mulheres vindas de São Jacinto e de Mira, vender as camarinhas. Um fruto branquinho, que cresce nas matas perto do mar, era vendido à medida e ainda é hoje muito apreciado, mas pouco conhecido.

O último pregão é talvez o mais conhecido, chegando mesmo aos dias de hoje e pode ser ouvido várias vezes no mercado do peixe em Aveiro ou ainda no Mercado da Costa Nova.

Aqui fica um pequeno exemplo de como a vozes das gentes do Mar se fazem ouvir...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Naquele miradouro...

Ontem fui ver o pôr do sol... até podia ser um dia especial, mas não... Apeteceu-me apenas parar, logo ao início da semana, e deixar-me invadir por aquele sentimento inexplicável que o poente nos transmite...
Num fim de tarde de plena primavera corria a brisa suave e embalava-nos a locais belos, distintos e de grande originalidade como este.. fica o flashe!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Prôa de Barco





Serenamente esguia,

Hierática e dolente,

Como colo sereno de gaivota

Sobre espelho da Ria,

A sua Sombra segue em sua rota,

Serenamente...


Ao longe, um Sol doente,

Com laivo outonais de quem tem mágoas,

Vai a enterrar p'rás bandas do Poente,

No Cemitério Oceânico das Águas.


E a sombra desse colo de gaivota,

Serenamente esguia,

Prôa de Barco! - Segue a sua rota

Sobre o espelho da Ria.


Oh Pescador!

Que desenho bizarro e divinal

Foste um dia encontrar

Nas velhinhas legendas do Passado

Que desse a Forma esbelta, original

À curva desse colo encastoado

Nas praias imortais de Portugal?


Foi tua Dama, feita d'Água e Espuma,

-Filha daquelas vagas que, uma a uma,

Morrem na areia assim que a onda parte,

Que ditou o modelo, que não tinhas,

Ao recorte feliz das suas Linhas,

À simbolização da tua Arte?!


Reverberos do Sal lá das Marinhas,

Canções de Amor e Cantos de Sereias;

Grãos Ducados de Escravos e Rainhas

Com Castelos mouriscos nas Areias;

Constelações de estrelas a brilhar,

Névoas de manhã fria, humedecida,

- Tudo deu Forma, e Cor, e Luz, e Vida

À Proa do teu Barco...


É Ela o teu Destino e o teu Tormento...

E, quando se ergue a vela, em noite escura,

Quando se cavalga, em desatino, o vento,

Será também a tua Sepultura.


E a tua Dama de figura estranha,

Essa que tem um verde e estranho olhar,

Aonde, ao mesmo tempo, se desenha

Toda a Alegria e o teu Penar,

O teu Amor e a tua Dor tamanha,

- Prôa de Barco, ao vento, a deslizar...


A tua Dama - Pescador! - é o Mar!
Aveiro, 7.3.1944



Poema retirado do Pasquim, nº 18, III Série, 2008, da Confraria Gastronómica de São Gonçalo.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O homem do leme... (ou o leme do Homem)

Hoje, a letra desta grande música!



Sozinho na noite um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito ofusca as demais.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,a vida é sempre a perder...


No fundo do mar jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos descanso eterno lá encontraram.
E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,a vida é sempre a perder...

No fundo horizonte sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo foge o futuro, é tarde demais...
E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir, a vida é sempre a perder...


Intérpretes: Xutos e Pontapés

terça-feira, 8 de abril de 2008

O Homem do Leme

E depois do grande dia de comemoração voltamos aos dias ditos normais... e eis que me assalta aquela ideia, num dia cinzento, daqueles que fizeram do mar as suas vidas e deram vida à Barra de Aveiro.

Aqui fica o videoclip do grande grupo Xutos e Pontapés, com o tema "Homem do Leme", que canta a história de muitos que partiram e lá ficaram, aqueles que serão eternamente conhecidos pelos últimos que abandonam o barco...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Banda da Armada

Ontem o terceiro acto das comemorações do bicentenário da abertura da Barra de Aveiro constava no concerto da Banda da Armada. As fotos foram lá tiradas mas, a fotografia ainda não transmite aquilo que só presenciando se vive... Eram cerca de 80 músicos em palco que enfeitiçaram o público presente, envolvendo-o com os sons harmoniosos, com peças cheias de energia, dos andantes aos stacatos, dos ritmados ao muito lento...


Ouviu-se música, respirou-se música que nos fez reportar para cenas principais de vários filmes do nosso imaginário, desde operas, operetas e até ao famoso Tintim... todos poderiam ter passado pelos neurónios da nossa memória embrenhados pela arte de bem combinar os sons, que é a música! Mas nas peças tocadas não foram esquecidos os motivos marinhos, o som da água, das conchas e até um "terra à vista" foi lançado do palco como que a relembrar aos presentes a razão de estarem ali!

Foi uma noite memorável, uma noite de cultura, uma noite de comemoração! Aqui vos deixo as fotos e o hino que foi cantado e tocado pela Banda da Armada encerrando assim o concerto.






Os marinheiros aventureiros
São sempre os primeiros
Na terra ou no mar.
Ao ver as belas
Pelas janelas,
Soltam logo as velas
Para as conquistar.

A navegar,
Sobre as ondas, desde Goa,
Nós viemos a pensar
Nas meninas de Lisboa.
Desembarcados,
Mesmo assim, os marinheiros
Vão ficar ancorados
A uns olhos traiçoeiros.

Salgadas pelo Mar
As nossas bocas vêm,
Vêm procurar o mel que os beijos têm,
Que é tão bom para as adoçar.
Largamos vela na ribeira de Pangim,
A pensar numa janela enfeitada de alecrim.
Entrando a barra,
Mal a nau chega a Belém,
O marujo deita amarra
À mulher que lhe convém.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Bicentenário da Barra de Aveiro na RTP

Na véspera do bicentenário da Barra de Aveiro a RTP criou uma reportagem interessante, juntando várias forças ligadas ao tema. Eis o resultado de um directo, no "Portugal em directo", naquela "nossa" caixinha mágica!

Hoje a barra de Aveiro faz 200 anos...

Este é o painel cerâmico, da autoria de Zé Augusto, que será inaugurado hoje no âmbito do aniversário. Trata-se do embelezamento de uma das paredes junto à chamada "praia velha" dando-lhe um ar dinâmico e colorido, ostentando motivos marinhos, desde a pesca aos pescadores, dos barcos ao farol.
Este é apenas um dos acontecimento do dia de hoje. (ver mais no post anterior).
Foto: Newsletter Porto de Aveiro, edição nº 130, 3 de Abril 2008.

terça-feira, 1 de abril de 2008

O dia da comemoração!

-- O primeiro acto terá início às 16 horas, no edifício da Antiga Capitania, procedendo-se ao lançamento da obra “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”. A apresentação do livro estará a cargo de Veloso Gomes, professor universitário, engenheiro hidráulico, e da autora da obra, Inês Amorim, professora de História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Segue-se a inauguração de uma exposição de cartografia, intitulada «A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro», que ficará patente na antiga Capitania do porto de Aveiro até 3 de Maio. A historiadora Inês Amorim é, também, comissária da exposição, a par com o Prof. Doutor João Garcia. Os dois especialistas foram os responsáveis científicos pela equipa que, durante mais de um ano, inventariou parte do espólio do arquivo do Porto de Aveiro, tratando-se a APA da única administração portuária a proceder a este tipo de trabalho.


-- O segundo acto inicia-se às 18 horas, na Praia do Farol, com a recepção dos convidados e um Welcome Drink. Às sete da tarde, hora que os registos históricos indicam como tendo sido a da abertura da Barra de Aveiro, ouvir-se-á a Ronca do Farol. Seguem-se “Honras a Terra”, por navios da Marinha Portuguesa. 15 minutos mais tarde, interpretação da peça musical inédita, concebida especialmente para este acto. A peça musical de ode ao bicentenário, será entoada pelo Coro da Casa do Pessoal do Porto de Aveiro, acompanhado de quinteto de sopro. Dez minutos depois, o Ministro Mário Lino, o Presidente da APA, José Luís Cacho e o Presidente do Município de Ílhavo e da Associação de Municípios da Ria, Engº. Ribau Esteves proferirão discursos celebrativos da data. Haverá ainda lugar à evocação de cartas alusivas à abertura da Barra de Aveiro, textos da autoria de Luís Gomes de Carvalho. Este segundo acto concluir-se-á cerca das 20 horas com a inauguração de um painel cerâmico de exterior, da autoria do artista aveirense Zé Augusto, e com a entrega dos prémios aos vencedores do concurso de fotografia “Porto de Encontro”.


-- O terceiro acto cumpre-se com um concerto pela Banda da Armada. Início previsto para as 21h 30m, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro. O concerto é aberto a toda a comunidade.

In: Newsletter do Porto de Aveiro, edição nº 128, 1 de Abril.


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