O parecer da autarquia sobre o Estudo de Impacto Ambiental da dragagem de inertes a ser efectuada na barra de Aveiro foi ontem aprovado. Ribau Esteves defende que esta intervenção, que será sucedida pelo depósito das areias a Sul da praia da Costa Nova, não deve ter lugar na época balnear, pelo que devem ter início logo após o seu final.
O Executivo municipal ilhavense aprovou ontem o parecer sobre a avaliação do impacto ambiental das intervenções que estão planeadas para a zona da barra de Aveiro. O documento, que esteve em consulta pública durante o mês passado, diz respeito ao projecto que visa, por um lado, uma dragagem de inertes, com vista a assegurar as condições de operacionalidade e a segurança de navegação no acesso ao Porto de Aveiro, sendo as areias posteriormente depositadas na zona Sul da praia da Costa Nova, contribuindo para o reforço do cordão dunar.
Uma das questões que o presidente da autarquia ilhavense, Ribau Esteves, fez questão de salientar, assenta na altura em que estas intervenções terão lugar. Na opinião do edil, «não devem ser realizadas sobre a época balnear, mas sim a partir de meados de Setembro, por força dos grandes incómodos que causariam aos utilizadores e às entidades gestoras da praia da Costa Nova». O autarca defende, assim, um «exercício de compatibilidade» entre as condicionantes de natureza biológica e as de utilização da praia.
A segunda questão levantada por Ribau Esteves a este respeito prende-se com os locais de deposição dos materiais. Na opinião do autarca, a zona entre o último paredão da praia da Barra e o último da praia da Costa Nova «não se justifica», na medida em que entende que essa zona está «consolidada». Assim, a zona Sul é a defendida pelo Executivo, «porque é aí que temos os problemas mais graves de erosão», justifica.
Por último, o Executivo municipal entende ser necessário que o estudo tenha em conta os impactos desta dragagem «na hidrodinâmica da laguna da Ria de Aveiro», principalmente ao nível dos colectores de saneamento da SIMRia. Estas três questões haviam já sido colocadas, recentemente, numa reunião de trabalho com as principais entidades parceiras no projecto, organizada pela Agência Portuguesa do Ambiente.
Ribau Esteves realça a importância da obra, pela «melhoria e diversificação das actividades portuárias e das condições de acessibilidade ao porto, permitindo receber navios de maior dimensão, pelo usufruto das praias e do turismo, e pela maior protecção da população residente na Costa Nova». Estas operações prolongar-se-ão por cerca de quatro meses.
In: www.diarioaveiro.pt, edição de 6 de Maio de 2008.