Com o úlimo post chegou o ano de 2008... Mas como simples coincidência encontrei um texto que não poderia deixar de colocar pois, tem a ver com o meu anterior post. E é sempre bom começar o ano com novas ideias, boas influências, paixões e grandes ambições...
Tal como eu citei, no último post, a forte ligação dos aveirenses com a Ria, o Mar e tudo o que seja marítimo houve alguém que o fez da melhor maneira! Aqui vos deixo um texto de um aveirense cheio de orgulho e paixão pela sua terra. É de D. João Evangelista de Lima Vidal, Bispo e Poeta. Celebra-se a 5 de Janeiro 50 anos após a sua morte.
Vale a pena ler e saborear!
“Eu nasci em Aveiro ao que suponho na proa de alguma bateira. Fui baptizado à mesma hora nas águas da nossa Ria. Abriram-se-me os ouvidos ao som cadencioso dos remos no mar. Ao pio estríbulo das famintas gaivotas, ao pregueado inocente dos pescadores, encheu-se-me o peito à nascença do ar salgado da maresia.
S. Francisco de Assis chamava a estas coisas irmãos: o irmão Vouga, o irmão luar que à noite prateia, os irmãos peixes, as irmãs espumas, areias, estrelas. Mas aqui há mais do que uma simples fraternidade, há mais do que a suave harmonia da natureza e da alma de Aveiro; chego a crer que há uma verdadeira encarnação: o encontro de duas coisas no mesmo ser.
Nós, os de Aveiro, somos feitos dos pés à cabeça de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito encontrariam lá dentro um barquinho à vela ou então uma bóia ou uma fateixa ou então a Senhora dos Navegantes. Assim plasmado de Aveiro, com os beiços a saber a salgado, a pingar gotas de ria por todo o corpo, por toda a alma, eu sou uma nesga, embora minúscula, desta deliciosa aguarela de Aveiro. Eu sou um pedaço da nossa terra.”
D. João Evangelista de Lima Vidal, ilustre aveirense. (02-04-1874/05-01-1958)
Tal como eu citei, no último post, a forte ligação dos aveirenses com a Ria, o Mar e tudo o que seja marítimo houve alguém que o fez da melhor maneira! Aqui vos deixo um texto de um aveirense cheio de orgulho e paixão pela sua terra. É de D. João Evangelista de Lima Vidal, Bispo e Poeta. Celebra-se a 5 de Janeiro 50 anos após a sua morte.
Vale a pena ler e saborear!
“Eu nasci em Aveiro ao que suponho na proa de alguma bateira. Fui baptizado à mesma hora nas águas da nossa Ria. Abriram-se-me os ouvidos ao som cadencioso dos remos no mar. Ao pio estríbulo das famintas gaivotas, ao pregueado inocente dos pescadores, encheu-se-me o peito à nascença do ar salgado da maresia.
S. Francisco de Assis chamava a estas coisas irmãos: o irmão Vouga, o irmão luar que à noite prateia, os irmãos peixes, as irmãs espumas, areias, estrelas. Mas aqui há mais do que uma simples fraternidade, há mais do que a suave harmonia da natureza e da alma de Aveiro; chego a crer que há uma verdadeira encarnação: o encontro de duas coisas no mesmo ser.
Nós, os de Aveiro, somos feitos dos pés à cabeça de Ria, de barcos, de remos, de redes, de velas, de montinhos de sal e areia, até de naufrágios. Se nos abrissem o peito encontrariam lá dentro um barquinho à vela ou então uma bóia ou uma fateixa ou então a Senhora dos Navegantes. Assim plasmado de Aveiro, com os beiços a saber a salgado, a pingar gotas de ria por todo o corpo, por toda a alma, eu sou uma nesga, embora minúscula, desta deliciosa aguarela de Aveiro. Eu sou um pedaço da nossa terra.”
D. João Evangelista de Lima Vidal, ilustre aveirense. (02-04-1874/05-01-1958)
4 comentários:
Viva Sónia
Falta-lhe uma referência importante das gentes de Aveiro. Embora também reconheça que cada vez essa ligação está mais ténue.
Falta-lhe o SAL que sempre alimentou a vivência de Cagaréus, Ceboleiros, Bicudos, ... desta Veneza Lusa.
Cumprimentos
Já agora, faltou dizer que a "Gaivoat" também pode ser vista nos "Arcos".
Sónia
Li... Li...
Da "Botadela" para baixo. Até há fotografias interessantes das salinas e tudo.
Eu estava-me a referir ao contexto neste post quando é referida a ligação dos aveirense à Ria e ao Mar. E eu acrescentei... e não só. Também ao SAL.
Cumprimentos e olhe que raramente eu estou desatento.
Miguel Araújo:
Agradeço o interesse por este meu blog e todos os "apontamentos" que me deixa ficar...
Efectivamente neste último post não aparece nenhuma referência ao Sal, propriamente dito. Pois uma vez que é citada a ligação à Ria está subjacente a ideia do "ouro" branco.
Espero que continue a passar neste blog e a deixar a sua "marca".
Cumprimentos.
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